quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Chuvas estão 80% acima da média dos últimos 30 anos, segundo Inpe

Regiões mais afetadas são Sul, Sudeste e Nordeste.
Variações são acima da média, mas 'normais', diz meteorologista.

(G1) Nos cinco meses entre junho e outubro choveu nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste mais de 80% acima da média dos últimos 30 anos, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A chuva foi acima da média, mas não acima do esperado, segundo o meteorologista do Inpe Lincoln Alves. Isso porque tivemos, neste ano, o fenômeno meteorológico conhecido como “El Niño”.

O El Niño é um fenômeno regular caracterizado pelo aumento na temperatura das águas do oceano Pacífico. “O El Niño afeta a atmosfera, alterando o clima aqui no Brasil. Cada ano de El Niño tem uma característica particular. Neste tivemos mais chuvas”, explica Alves.

Segundo ele, a quantidade de chuvas no inverno surpreendeu os meteorologistas. “A primavera está dentro do esperado para um inverno com El Niño, mas o inverno foi uma surpresa. Não esperávamos tanta chuva”, afima.

De acordo com Alves, a sensação que a população tem de que está chovendo “demais” é justificada, principalmente porque no ano passado esta época foi bastante seca. Se em 2009 a chuva já está mais de 80% acima da média histórica, 2008 ficou 20% abaixo dela.

“Em 2008 tivemos um inverno bem típico, bem seco. A primavera continuou seca e as chuvas só começaram, gradativamente, a partir da segunda semana de outubro”, explica Alves. “Em 2009 tivemos um inverno muito chuvoso que se prolongou para uma primavera muito chuvosa. Praticamente não tivemos mudança de estação”, afirma.

O meteorologista André Mendonça de Decco, do Instituto de Pesquisas Meteorológicas (IPMet), da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que monitora o clima no interior do estado de São Paulo, explica que variações desse tipo são normais de um ano para outro. “Foi um desvio que aconteceu neste ano. Mas desvios assim não são tão raros. Cada ano é diferente”, explica Decco.

Alves explica que essas variações não têm nada a ver com mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global. "Não há razão para acreditar nisso. São variações um pouco acima da curva, mas nada alarmante".

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