Investimento de R$ 10 mi será destinado à instalação do segundo maior sistema do mundo para monitoramento do clima
(O Vale / Brazilian Space) O INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), de São José dos Campos, vai ampliar para todo o Brasil, até julho de 2012, a sua rede de monitoramento de raios e tempestades.
O objetivo é ampliar a capacidade e a confiabilidade da previsão de tempestades e catástrofes climáticas.
Após totalmente implantada, será a segunda maior rede do mundo de monitoramento de raios e a maior da região tropical do planeta. A maior delas, atualmente, é a dos Estados Unidos.
Estudo elaborado pelo INPE em parceria com o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussets), dos Estados Unidos, e com o IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço), divulgado ontem, aponta que as tempestades entre São Paulo e Rio de Janeiro serão cada vez mais intensas e freqüentes.
O estudo mostra que a elevação da temperatura do oceano Atlântico, devido ao aquecimento global, é a causa direta do maior número de tempestades, sobretudo nas regiões Sudeste e Sul.
Segundo os especialistas, as tempestades na região Sudeste serão duas vezes maiores em 60 anos, se comparadas ao volume atual.
Nas regiões litorâneas, a ocorrência de fortes chuvas será três vezes mais intensa. A previsão considera o ritmo de aquecimento do Atlântico nos últimos 60 anos.
O pesquisador Osmar Ponto Júnior, coordenador do ELAT (Grupo de Eletricidade Atmosférica), do INPE, disse que as águas ficaram 0,6ºC mais quentes.
No mesmo período, a temperatura do planeta subiu 0,8ºC. Como há a perspectiva que esse ritmo seja mantido, espera-se cada vez mais chuvas daqui para frente.
O trabalho foi divulgado na 14 ª Conferência Internacional de Eletricidade Atmosférica, que acontece no Rio de Janeiro e reúne especialistas de 37 países.
Rede - Osmar Pinto Júnior disse que a ampliação da rede de monitoramento vai exigir investimentos de cerca de R$ 10 milhões. O sistema foi elaborado pelo Inpe em parceria com a Eletrobrás Furnas.
O especialista relatou que serão implantados mais 75 sensores e novas tecnologias que permitirão monitorar descargas elétricas no solo e nas nuvens. A rede atual possui 33 sensores, monitora apenas os raios no solo e cobre a região Sudeste e partes da Sul e do Centro-Oeste do país.
O Brasil é recordista em número de raios no planeta, com cerca de 50 milhões de descargas ao ano. O fenômeno é responsável pela morte anual de 130 pessoas, além de causar prejuízo de R$ 1 bilhão.
POR DENTRO
Sistema
Ampliação
INPE planeja ampliar para todo o país o sistema de monitoramento de raios
Rede
Sensores
A intenção é implantar mais 75 sensores de detecção de descargas elétricas
Monitoramento
Em Operação
Atualmente, a rede de monitoramento do INPE possui 33 sensores e cobre a região Sudeste e parte da Sul e Centro-Oeste
Investimento
Custo
O projeto foi elaborado com a Eletrobrás Furnas, deve custar cerca de R$ 10 milhões e irá permitir fazer previsão de tempestades e catástrofes climáticas, segundo o instituto
Estudo
São Paulo lidera ranking de mortes
Estudo do INPE aponta que no ano passado 89 pessoas morreram no Brasil vítimas de raios. O Estado de São Paulo lidera o ranking com 12 vítimas fatais, seguido pelos Estados do Pará e Minas Gerais, com 8 e 7 mortes cada, respectivamente. Em 2011, o INPE já registrou a morte de 60 pessoas. O estudo revela que a maior incidência de mortes acontece na zona rural.
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