segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Raios aumentam nas médias e grandes cidades urbanas do País

(Agência Brasil / Terra) A incidência de raios no Brasil vem aumentando, mas somente nas médias e grandes cidades urbanas. A conclusão é do coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o engenheiro Osmar Pinto Júnior. Ele coordena, a partir de domingo, no Rio de Janeiro, a Conferência Internacional de Eletricidade Atmosférica (Icae 2011), que reunirá especialistas de 37 países.

Osmar vai apresentar as informações da pesquisa em uma palestra na terça-feira, na Icae 2011. "Olhando o País como um todo, a incidência de raios não mostra uma tendência de aumento, apesar de os dados apontarem resultados muito importantes", diz ele.

O Amazonas é o Estado com maior incidência de raios: 20 milhões por ano. No entanto, considerando a relação entre o número de raios e a área dos Estados, a liderança é do Mato Grosso do Sul. No País, a média de incidência é 50 milhões de raios por ano.

Em termos de mortes, o levantamento do Elat mostra que, na última década, 130 pessoas morreram, por ano, atingidas por raios. Não existe estatística oficial sobre feridos, mas a estimativa é que anualmente cerca de 300 pessoas sobrevivam depois de serem atingidas por um raio. O engenheiro disse que em 2011, "atipicamente", o número de mortes por raios está muito baixo, em torno de 60 ocorrências. "Esse número ainda vai aumentar, mas não deve ultrapassar 100 mortes. Ou seja, vai ficar bem abaixo da média da última década."

Osmar explica que 85% das mortes por raios ocorrem ao ar livre. A circunstância mais comum é a morte de pessoas trabalhando no meio rural, na lavoura, seguida por mortes em praias e estradas. O restante dos casos ocorrem dentro de casa, matando pessoas que falam em telefones sem fio, tomam banho durante as tempestades com raios ou encostam em aparelhos ligados à rede elétrica, como geladeiras, por exemplo.

Segundo o engenheiro, as pessoas correm mais risco de serem atingidas em áreas descampadas, em oposição a uma floresta fechada. "Em uma mata, você está coberto por altas árvores. Está mais seguro." As árvores isoladas, no entanto, devem ser evitadas durante tempestades com raios, recomenda o especialista.

São Paulo ocupa a liderança em número de mortes por raios, apesar de não ser o Estado com maior incidência. "Isso acontece por causa do maior contingente populacional, ou seja, tem mais gente para ser atingida e acabam morrendo mais pessoas", diz Osmar.

Ele ainda nota que, com exceção do Nordeste, onde é menor a incidência de descargas elétricas, todas as regiões brasileiras registram muitos raios. "E até no Nordeste a incidência está aumentando de três anos para cá." As razões ainda estão sendo pesquisadas pelo Elat.
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E mais:
Tempestades em SP e no RJ vão até triplicar nos próximos 60 anos (Folha), com matérias similares no Estadão, iG, UOL, Ciência Hoje, Agência Fapesp e Inovação Tecnológica

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