(O Globo) No norte da Europa a temperatura média do inverno é mais quente que latitudes semelhantes na costa nordeste do Estados Unidos e na costa leste do Canadá. O mesmo fenômeno ocorre no Oceano Pacífico, onde invernos na costa nordeste da Ásia são mais frios que no noroeste do Pacífico.
Pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) descobriram um mecanismo que ajuda a explicar invernos tão frios - e a culpa é a água quente ao largo da costa leste dos continentes.
- Estas águas quentes colaboram para o inverno frio, é contraintuitivo - diz Tapio Schneider, professor de Ciência Ambiental e Engenharia da Frank J. Gilloon.
Usando simulações da atmosfera no computador, os pesquisadores descobriram que a água quente fora da costa oriental aquece o ar acima dela e leva à formação de correntes de ar, puxando o frio da região polar. O ar frio forma uma camada só no oeste da água morna. No caso do Oceano Atlântico, isso significa que o ar gelado acaba sobre o nordeste dos Estados Unidos e do Canadá.
Por décadas, a explicação para para a diferença de temperatura era que a Corrente do Golfo levava água quente do Golfo do México ao norte da Europa. Mas em 2002, a pesquisa mostrou que as correntes oceânicas não são capazes de transportar tanto calor e contribuem apenas com até 10% do aquecimento.
O estudo de Kaspi e Schneider revela um mecanismo que ajuda a criar um contraste de temperatura não pelo aquecimento da Europa, mas pela refrigeração do leste dos EUA - e é a Corrente do Golfo que causa este resfriamento.
No hemisfério norte, correntes do oceano subtropical circulam no sentido horário, trazendo um fluxo de água quente das latitudes baixas para o oeste do oceano. Estas águas quentes aquecem o ar acima delas.
- Não é que as águas quentes da Corrente do Golfo aquecem a Europa, mas a existência dessa corrente perto da costa dos EUA causa este resfriamento.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário