segunda-feira, 4 de julho de 2011
Governo Cria Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais
(MCT / Brazilian Space) Nos próximos dias, o governo federal publicará o decreto que cria o Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), que será comandado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). O núcleo inteligente do sistema, responsável por gerenciar as informações emitidas por radares, pluviômetros e previsões climáticas, será instalado em Cachoeira Paulista (SP). A idéia é dar início ao monitoramento em 25 cidades com cartas geotécnicas prontas. A lista dos municípios será definida pelo Ministério das Cidades.
Os especialistas do CEMADEN vão trabalhar com previsões de alta resolução e ainda com uma série de equipamentos como radares meteorológicos e de análise de solo. As primeiras análises devem acontecer a partir de novembro, quando será inaugurado o espaço físico do centro. Durante quatro anos, período de instalação total do sistema de alerta, serão investidos R$ 250 milhões.
Para o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, o investimento faz jus à importância que terá na prevenção de desastres com vítimas. É um bom investimento. E acrescentou: “Um sistema na ativa desde o começo do ano no Rio salvou vidas em abril, quando sirenes dispararam após tempestades”, acrescentou. Números repassados pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) indicam que, no país, existem 1.386 municípios com suscetibilidade natural a eventos de deslizamentos. Outra informação importante é que 1.413 cidades possuem riscos de enchentes. Esse último dado é da Agência Nacional de Águas (Ana). Entretanto, apenas em 237 localidades existe a possibilidade de ocorrência de desastres com o envolvimento de vítimas.
Segundo Mercadante, o sistema vai informar sobre os desastres naturais mais comuns no Brasil, como os deslizamentos de terra e inundações que ocorreram na região serrana do Rio de Janeiro. Segundo o ministro, um importante aliado no processamento das informações será o supercomputador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/MCT). “O computador pode esquadrinhar o Brasil a cada cinco quilômetros quadrados e aumenta a nossa capacidade de processar as informações. Isso nos dará informações mais precisas sobre a condição tempo em cada local crítico”, afirmou.
De acordo com o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (SEPED/MCT), Carlos Nobre, o próximo passo será a aprovação do recurso de mais de R$ 10 milhões para o início das atividades. Além disso, será criado um concurso público simplificado para contratação de aproximadamente 80 especialistas que vão atuar no centro. “O decreto cria o centro e dá as atribuições. Agora, precisamos agilizar a aprovação do concurso público. Creio que até o final de julho conseguimos colocá-lo na praça. A respeito do recurso é preciso enviar um projeto de lei para o Congresso. Imagino que tudo isso ocorra rapidamente e até o final de novembro inauguraremos o CEMADEN”, finalizou.
Nobre adiantou ainda que a reforma dos radares existentes e a aquisição de novos equipamentos somente acontecerá no próximo ano, em 2012. Neste sentido, está previsto também a compra de 1,5 mil pluviômetros e de equipamentos de geotécnica. “A previsão é que o recurso saia do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Fundo Clima)”, disse. O secretário explicou que a integração dos dados de radares e pluviômetros será fornecida pelo INPE. “Por enquanto, não teremos nenhuma aquisição. Toda a informação necessária para a emissão dos alertas será fornecida pelo INPE como um produto”, comentou.
Sobre a cobertura feita pelos radares existentes, Nobre considera satisfatória. “São Paulo e Rio de Janeiro estão cobertos. A cidade de Belo Horizonte está instalando um também. Temos ainda um para o Nordeste que cobre Maceió e Recife. Nessa área está de fora da cobertura apenas Salvador. Na região Sul do país também temos um, que abrange principalmente Santa Catarina. Não temos uma cobertura completa, mas é satisfatória”, definiu.
Competências
Entre as atribuições do CEMADEN estão: elaborar alertas de desastres naturais relevantes para ações de proteção e defesa civil no território nacional; realizar e divulgar estudos e pesquisas voltados para a produção de informações necessárias ao planejamento e à promoção de ações contra desastres naturais; desenvolver capacidade científica, tecnológica e de inovação para continuamente aperfeiçoar os alertas de desastres naturais; operar sistemas computacionais necessários à elaboração dos alertas de desastres naturais; promover capacitação, treinamento e apoio a atividades de especialização e pós-graduação em suas áreas de atuação; e fornecer alertas de desastres naturais para o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD), do Ministério da Integração Nacional, auxiliando o Sistema Nacional de Defesa Civil
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