Evolução de tempestades tropicais difíceis de calcular
(Ciência Hoje - Portugal) Nos Estados unidos, o furacão Irene não acompanhou as previsões iniciais e começou a perder força ao chegar a Nova Iorque, mas deixou rastos de destruição e pelo menos 20 mortos na costa leste. Na cidade nova-iorquina, para enfrentar o que poderia ser um furacão de grande intensidade, foram tomadas medidas sem precedentes. Quando atingiu as Antilhas e as Bahamas, já era um furacão de categoria três, ameaçando passar a quatro (em cinco), provocando grandes inundações e prejuízos na Carolina do Norte (EUA).
A costa Este dos Estados Unidos não tinha sofrido o “ataque” de um furacão há já vários anos; por isso, teve algum tempo para se preparar. O Irene atingiu a Coney Island, em Nova Iorque, ontem por volta das 9h locais (13h hora de Lisboa) e os ventos atingiram os 100 quilómetros por hora, acompanhados de chuvas fortes – que inundaram o Battery Park (Sul de Manhattan), mas nessa altura já não se tratava de um furacão, por já se ter degradado ao estado de tempestade tropical.
O episódio vem relembrar aos especialistas que prever a evolução de furacões é demasiado complicado. Podem ganhar intensidade e passar do estado de depressão tropical ao de tempestade tropical e atingir o de furacão ou ciclone, mas podem, por outro lado, perder a intensidade.
Para prever a sua evolução é necessário ter informações sobre a temperatura da água, a força dos ventos, mas também saber o que se passa no coração do ciclone, muitas vezes sobrevoando-o com uma equipa e radares. Esta foi a medida usada pela equipa de Robert Houze, da Universidade de Washington, para estudar o furacão Rita (2005), no âmbito do projecto RAINEX.
A equipa de Houze interessou-se pelo centro do furacão: o olho (zona calma) está geralmente rodeado por um muro onde os ventos são mais violentos e este pode cair, sendo substituído por outro – este fenómeno pode ser de baixa intensidade, mas pode desencadear um retoma muito brusca e rápida, caso o muro se contracte e encolha.
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