quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Furacões podem ser controlados?

Pensar que os humanos podem manipular a natureza desta forma parece arrogante



(Scientific American Brasil) Todo mundo gosta de falar sobre o clima. Das danças e orações do passado, chegamos à tecnologia de modificação do clima do século 24 (pelo menos, é isso que me lembro de um episódio de Star Trek: The Next Generation).

Controlar ciclones é um esforço completamente diferente de, digamos, fazer chover. Uma tempestade, como o furacão Irene, é tão grande que parece desafiar qualquer tentativa de meros mortais para desviá-la. No entanto, a idéia não é tão forçada como parece, graças à teoria do caos.

Ross N. Hoffman, um dos principais cientistas da Pesquisa Atmosférica e Meio Ambiente, em Lexington, Massachusetts, descreveu na edição de Novembro de 2004 da revista Scientific Adereçam Brasil como seria realmente possível redirecionar tempestades. Sendo os sistemas caóticos, os furacões são altamente sensíveis às condições iniciais, então ajustar a umidade ou a temperatura pode ser suficiente, conforme as tempestades crescem, para enviá-los para longe de áreas sensíveis.

Veja como Hoffman explicou o que encontrou em uma simulação do Iniki Hurricane, uma tempestade de 1992 que foi a mais poderosa que já atingiu as ilhas havaianas:As modificações mais significativas provaram acontecer nas temperaturas iniciais e nos ventos. Ajustes de temperatura típicos foram meros décimos de grau, mas a mudança mais notável - um aumento de quase dois graus Celsius- ocorreu no modelo mais baixo da camada do centro da tempestade, a oeste.

Os cálculos da velocidade do vento renderam alterações de dois ou três quilômetros por hora. Em alguns locais, porém, as velocidades mudaram em até 20 mph, devido aos redirecionamentos menores dos ventos próximos ao centro da tempestade.

Embora as versões originais e alteradas do furacão Iniki pareçam praticamente idênticas em sua estrutura, as mudanças nas variáveis-chave eram grandes o suficiente para que este último tenha ido para o oeste durante as primeiras seis horas após a simulação e, em seguida, viajado para o norte, de modo que tenha conseguido escapar dos ventos mais prejudiciais da tempestade. As alterações relativamente pequenas e artificiais das condições iniciais da tempestade tinham propagado através do complexo conjunto de equações não-lineares que invadiram o simulado para resultar na deslocalização desejada após seis horas. Esta execução deu-nos confiança de que estávamos no caminho certo para determinar as mudanças necessárias para modificar furacões reais.

Naturalmente, a forma como seriam alteradas as condições iniciais é outra questão. Propostas não faltam, incluindo uma que ganhou as manchetes em 2009, porque os detentores de patentes incluíam o fundador da Microsoft, Bill Gates. A chave é a mudança de temperatura superficial do oceano local, digamos, bombeando a água profunda, fria ou usando tubos de plástico gigantes para ajudar a misturar as camadas do oceano.

Pensar que os humanos podem manipular a natureza desta forma parece arrogante. Mas, considerando o perigo de furacões e os enormes custos que eles causam, pode valer a pena uma tentativa.

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