quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Exterminador de tanques sofre plástica para caçar tempestades

Thunderbolt entrará no coração das nuvens para investigar como nascem as tormentas





















(O Globo) Uma poderosa arma de guerra vai ser transformada em instrumento científico. Um avião militar dos Estados Unidos A-10 Thunderbolt, cujo apelido é “canhão voador”, capaz de sobreviver às rajadas de fogo antiaéreo, voará a serviço da Fundação Nacional de Ciência (NSF, na sigla em inglês). Um convênio de US$ 10,9 milhões permitirá que a Universidade da Marinha americana o transforme numa aeronave capaz de resistir a ventos fortes, tempestades de granizo e relâmpagos levando sondas meteorológicas. As missões científicas deverão começar em 2013, e farão valer o nome do avião: “thunderbolt” significa “raio” em inglês.

- Ser capaz de sobreviver sobreviver às balas na guerra tem muito em comum com lidar com uma forte tempestade - disse Brad Smull, diretor do programa da Divisão de Atmosfera e Ciências Geoespaciais da NSF.

A concessão do avião, assinada no dia 23 de setembro, encerra um esforço de seis anos para substituir outra aeronave, um T-28 militar. Parado desde 2005, o avião atuou durante 35 anos perseguindo tempestades. Porém, há muito os pesquisadores queriam uma aeronave capaz de carregar mais instrumentos, voar mais alto, e ficar dentro de tempestades por mais tempo.

Depois de considerar diversas opções, os especialistas concluíram que a melhor era o A-10, por ser fortemente blindado e voar menos depressa. O Thunderbolt, atualmente desativado em um instalação no deserto no Arizona, será completamente desmontado e remontado. O canhão de 30mm

dará lugar a instrumentos científicos. O avião também levará sensores e instrumentos sob as asas, nos locais em que antes havia mísseis e bombas. Apenas na conversão, a NSF espera gastar US $ 13 milhões.

Com o novo equipamento, especialistas acreditam que poderão contar com mais dados para compreender e prever tempestades. O meteorologista Terry Schuur, do Laboratório Nacional de Tempestades Severas no Oceano e na Atmosfera, em Norman, Oklahoma, explica que as informações complementarão às obtidas em terra, balões meteorológicos e aviões que podem voar acima ou abaixo de mau tempo:

- Você realmente tem que ir direito para a tempestade para obter os dados mais úteis. E apenas um seleto grupo de aviões são capazes de penetrar em grandes tempestades.

Schuur quer aproveitar a capacidade do Thunderbolt de atingir uma altitude bem acima de 11 km (em comparação com 7 km para o velho T-28). Isso significa que o avião poderá coletar dados do mundo real para melhorar os modelos de computador de tempestades de granizo.

O Thunderbolt deverá ser capaz de levar sensores de raios gama, e poderá permanecer em tempestades por até três horas, contra uma hora do T-28. Os cientistas não são os únicos animados com o novo avião. Pilotos de A-10 também estão ansiosos para entrar no cockpit. Segundo Smull, é grande a fila de profissionais querendo pilotar no coração das grandes nuvens.

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