sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Previsão do Tempo: Adeus, Chutômetro

Um novo programa aumenta em até 60% a precisão do serviço de meteorologia



(Veja/Brazilian Space) "Óculos escuros ou guarda-chuva? Para decidirem qual dos dois levar ao sair de casa, muito brasileiros preferiam espiar o céu a consultar os serviços de meteorologia, dado que até agora ambos os métodos pareciam identicamente falíveis. Até agora. Desde o dia 1º de janeiro, o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos/ Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE) passou a usar um programa de computador que aumentou em 60% a precisão do prognóstico da temperatura para as próximas 24 horas - a margem de erro caiu de 1,4 para 0,6 graus Celsius. Ao contrário do antigo software, com a capacidade de processar não mais de 60 000 dados, vindos basicamente de estações e radares meteorológicos, o novo programa analisa até 1,6 milhão de informações, muitas fornecidas por satélites. O CPTEC/INPE, órgão do governo, já possuía desde o fim de 2010 um supercomputador para previsão do tempo, o Tupã, tido como o quinto melhor do mundo. Mas havia dois problemas que impediam seu aproveitamento: a falta de um programa à altura da capacidade da máquina e a carência de informações para abastecê-la. A chegada do novo software resolveu a primeira questão. É a segunda, porém, que impede o Brasil de entrar para a tropa de elite da meteorologia global - formada por Estados Unidos, Canadá, Japão, Reino Unido, e França. Para alimentarem suas bases de dados, estes países dispõem de uma constelação de satélites, além de milhares de radares e estações meteorológicas - equipamentos ainda escassos no Brasil.

Mesmo assim, as perspectivas para a meteorologia do país são ensolaradas. Por enquanto, o novo programa faz apenas o estudo climático geral do país. Mas em poucos meses, será capaz de analisar regiões específicas. "Sabíamos, por exemplo, que no começo do ano choveria torrencialmente na Baixada Fluminense, mas não tínhamos condições de afirmar que isso ocorreria em Xarém", afirma Osvaldo Moraes, coordenador-geral do CPTEC/INPE. "Agora, o objetivo é chegar a essa exatidão." Se der certo, espiar o céu antes de sair de casa será mais um hábito para ficar no passado.
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