Incidência de raios sobe nas cidades do Vale do Paraíba e Litoral Norte

Levantamento do Inpe registra aumento em 15 cidades do Vale. Urbanização e industrialização são principais causas, diz pesquisador.

(G1) Não é possível saber quando nem onde vai ocorrer. A certeza é que os raios estão cada vez mais comuns nas cidades da região. Balanço do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), feito a pedido do G1, mostra que a incidência de raios aumentou mais de duas mil vezes em algumas cidades da região em janeiro e fevereiro de 2013 em relação ao mesmo período do ano pasado. O levantamento mapeou 15 cidades do Vale do Paraíba e Litoral Norte do Estado.

Segundo os dados, São José dos Campos recebeu neste início do ano 6.330 raios -uma média de 124 descargas elétricas por dia e ocupa o posto de município com maior registro de descargas elétricas neste ano na região. Porém, Ilhabela é a cidade onde o registro de raios mais cresceu no último ano – saltando de 22 em 2012 para 622 neste ano. Os dados são referentes aos meses de janeiro até 20 de fevereiro de cada ano.

De acordo com o Inpe, o sistema de monitoramento foi o mesmo nos dois anos. O pesquisador do instituto, Daylton Guedes, disse que o aumento no número de incidências de raios é consequência da alta urbanização da nossa região. "Uma contribuição para tempestade são as ilhas de calor que são consequências da urbanização e industrialização. Isso aumenta a incidência de evaporação, a formação de nuvens e consequentemente, aumenta também o número de descargas elétricas", afirma.

O pesquisador também recomenda que, para prevenção, as pessoas não procurem abrigo debaixo de árvores nem em lugares elevados. "Quando a descarga elétrica vem rompendendo a capacidade do ar em termos de condução elétrica, ela procura um caminho mais fácil de chegar ao solo, e árvores e qualquer objeto elevado são esse caminho", afirma.

Na noite de quarta-feira (20), um cinegrafista da TV Vanguarda registrou uma nuvem de descargas elétricas que chamou a atenção na cidade de Aparecida. O Inpe informou que o acontecimento é normal e se trata de uma tempestade de raios entre nuvens, que ocorre em quantidade até 10 vezes maior do que os que atingem o solo.
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