sexta-feira, 28 de março de 2014

Muito além do guarda-chuva

Aproveitando a comemoração do Dia da Meteorologia, conheça um pouco mais sobre essa ciência que não serve apenas para saber se vai chover no fim de semana


(Agência Ciência Web) No último domingo, dia 23, comemorou-se o Dia Mundial da Meteorologia. A data marca a fundação da Organização Mundial de Meteorologia (WMO) da ONU, criada em 1950 com o objetivo de conservar os recursos hídricos do planeta e combater a desertificação. Mas será que essa ciência interfere em nossa vida apenas para sabermos se é preciso levar um casaco ao sair de casa ou se no final de semana vai dar praia?

A meteorologia vai muito além disso. Ela é importante, por exemplo, para os agricultores planejarem o plantio, para o estabelecimento de rotas aéreas e para a segurança dos aviões, e até mesmo na construção civil, já que o cronograma das obras pode ser prejudicado pelas chuvas. Segundo o professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP Fábio Luiz Teixeira Gonçalves, ainda existem muitos outros usos para essa ciência.

“Em indústrias ligadas à moda e alimentos, tais como sorvete, cerveja e fondues, esportes, eventos ao ar livre e até em atividades médicas, como operações e procedimentos pós-cirúrgicos”, lembra ele.

Quem já passou pelo ensino fundamental deve se lembrar de ter visto nos livros alguns aparelhos usados pelos meteorologistas para a previsão do tempo. Entre os mais comuns, estavam os barômetros, que mediam a pressão atmosférica; os anemômetros, que verificavam a velocidade do vento; os pluviômetros, que mostravam a quantidade de chuvas; e os termômetros, responsáveis pela temperatura. O professor do IAG conta que ainda existem outros.

“Atualmente, há uma enorme gama de equipamentos, como computadores com modelos meteorológicos alimentados por dados obtidos pelos instrumentos de terra padrão em estações meteorológicas (termômetros, barômetros etc.), satélites, radiossondas e radares meteorológicos, entre outros”, explica.

Todos esses equipamentos fazem a previsão do tempo, ou seja, a previsão das condições meteorológicas num curto espaço de tempo, no máximo 15 dias. Gonçalves explica que ela difere da previsão climática, uma análise dessas condições para períodos maiores de tempo, como meses, que se baseia em estudos de outras fontes de dados. A previsão climática é usada, por exemplo, na agricultura, para saber se vai chover muito ou pouco e em que épocas devem ser feitos o plantio e a colheita.

Mas será que há alguma possibilidade de falha na previsão do tempo? “Normalmente, a previsão de 24 horas tem uma confiabilidade para a região Sudeste de mais de 90%. Essa probabilidade vai caindo com os dias, chegando abaixo de 30% em uma semana. Na Europa e nos Estados Unidos, é ainda mais alta e duradoura”, conta o professor.

Para quem gosta da área e tem interesse em seguir carreira na meteorologia, Gonçalves diz que esse campo de estudo está em aberto e há muita coisa a ser feita. “Há uma necessidade crescente de pessoal e as demandas por conhecimento estão subindo muito, especialmente com o aumento de extremos de calor, frio, chuva e seca dos últimos anos, impactando em todos os setores da sociedade. Este aumento da demanda está relacionado a ponto dos economistas, indústrias e seguradoras se interessarem por nossos alunos”.

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