terça-feira, 25 de novembro de 2014

Temperaturas do verão vão superar as de 2014, diz instituto.

Aumento seria de até 2 graus Celsius; fenômeno El Niño pode provocar mais chuvas


(O Globo) Daqui a um mês começa a estação mais popular do Rio. E o verão de 2015 não deve dar trégua para quem detesta calor. De acordo com o Instituto Climatempo, o primeiro bimestre do ano que vem terá temperaturas ainda mais elevadas do que as registradas no ano passado. Em janeiro, a média será de 32ºC. Em fevereiro, 36ºC. Em 2014, a média não superou os 34ºC.

A expectativa da chegada do El Niño aumentaria ainda mais os termômetros. Em junho, a Organização Meteorológica Mundial emitiu um alerta recomendando aos governos que se preparem para eventos como secas e inundações.

A temperatura das águas do Oceano Pacífico está 1 grau Celsius acima da média. Há 60% de chances de formação do El Niño, que se manifestaria com mais força no ápice do verão, entre janeiro e fevereiro.

O fenômeno pode bagunçar as precipitações do verão na Região Sudeste. Curtas ondas de calor seriam seguidas por tempestades. Para o climatologista José Marengo, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), este é um indício de que as mudanças climáticas já estão em vigor:

— Quando falamos em eventos extremos, já sabemos que cada ano tem sido pior do que o anterior.

UMIDADE CAUSARÁ MAIS CHUVAS NO FIM DA TARDE
O verão carioca de 2015 pode ser o segundo consecutivo com características atípicas. Em 2014, dois bloqueios atmosféricos — um no Pacífico, outro no Atlântico — impediram a passagem de frentes frias na Região Sudeste durante quase dois meses, entre dezembro de 2013 e fevereiro de 2014. A falta de nuvens possibilitou o aumento das temperaturas. Foi a estação mais quente do Rio dos últimos 50 anos. Houve apenas 16 dias com chuvas — a média histórica é 40.

Embora a temperatura do verão fique acima da média em 2015, a umidade também será mais alta. Com isso, a sensação térmica pode ser menor.

— A temperatura chega ao topo até o meio da tarde e depois a chuva resfria a atmosfera — descreve o meteorologista Alexandre Nascimento, do Climatempo. — Por isso, já que temos precipitações, o próximo verão pode ser menos quente do que o anterior.

O Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTec) confirma que a temperatura e a umidade em janeiro e fevereiro podem ficar acima do normal. O instituto e o Climatempo devem divulgar previsões mais detalhadas sobre o verão nas próximas semanas.

O ANO MAIS QUENTE DESDE 1880
A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos EUA (Noaa) confirmou esta semana que 2014 é o ano mais quente desde o início dos registros, em 1880, considerando os dados obtidos entre janeiro e outubro. No século XX, a temperatura média do planeta foi de 14,1ºC. Em 2014, é de 14,8ºC.

Outubro é, também, o terceiro mês consecutivo e o quinto do último semestre a marcar um recorde histórico da temperatura global. Os termômetros elevados no mês passado ocorreram devido ao calor tanto na superfície terrestre como nos oceanos. A América do Sul e a Austrália tiveram contribuição decisiva para o aquecimento recente do planeta.

No Hemisfério Norte, a Costa Leste dos EUA registrou temperaturas recordes, assim como o Oeste da Rússia. Na Europa, a região mais afetada pelo calor foi o Sul do continente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário