sexta-feira, 18 de julho de 2014

2013 foi um dos 10 anos mais quentes da história, diz relatório

Registros de temperaturas começaram em meados do século 19. Relatório confirma tendência de aumento das temperaturas globais.


(AFP/G1) As temperaturas globais estão aumentando, com as concentrações de gases de efeito estufa atingindo picos históricos e o gelo do Ártico derretendo, o que faz com que 2013 esteja entre os 10 anos mais quentes de que se tem registro, informou um relatório internacional publicado pela Sociedade Americana de Meteorologia nesta quinta-feira (17).

O relatório se baseou em diversas análises climáticas. Levando em conta as diferentes bases de dados, o ano de 2013 ficou entre o 10º e o 2º ano mais quente da história. De acordo com quatro dessas análises independentes, em 2013, a temperatura terrestre mundial ficou, em média, entre 0,2º e 0,21ºC aacima da média entre 1981 e 2010.

A edição de 2013 do relatório anual sobre o Estado do Clima é uma revisão dos dados científicos e eventos climáticos do ano passado, compilado por 425 cientistas de 57 países coordenada pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA).

Para Tom Karl, diretor do Centro de Dados da NOAA, o informe traz algumas surpresas, mas demonstra uma tendência contínua que mantém o padrão de aquecimento visto nas últimas décadas. "O planeta, seu estado climático, está mudando mais rapidamente no mundo de hoje do que em qualquer momento da civilização moderna", disse.

Em 2013, as temperaturas mundiais estiveram entre as 10 mais quentes já registradas desde que se iniciaram os registros, em meados do século 19. "A Austrália viveu seu ano mais quente da história, enquanto a Argentina teve seu segundo ano mais quente e a Nova Zelândia, o terceiro', afirmou o documento.

O enigma Ártico-Antártica
O Ártico teve seu sétimo ano mais quente desde que começaram os registros nesta região, no início do século 20. A cobertura de gelo no Ártico foi a sexta menor desde que as observações de satélite começaram, em 1979.

Enquanto isso, o gelo no Oceano Antártico (ou Austral) tem aumentado, particularmente no fim do inverno, quando atinge o auge, com uma razão de crescimento de cerca de 1% a 2% por década.

"É um enigma porque a cobertura de gelo do Ártico está se comportando diferentemente do que na Antártica", afirmou James Renwick, professor associado da escola de geografia da Universidade Victoria, em Wellington, na Nova Zelândia.

Renwick disse que o aumento se se refere ao gelo marinho na Antártica, e não à cobertura de gelo glacial no continente. Estudos recentes mostraram que a perda deste tipo de gelo continental pode ser incontrolável.

Novos registros
Enquanto isso, o metano, o dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa produzidos na queima de combustíveis fósseis "continuaram a crescer durante 2013, mais uma vez alcançando altas históricas", destacou o informe.

Pela primeira vez, a concentração diária de CO2 na atmosfera excedeu as 400 partes por milhão (ppm), como mensurado pelo Observatório Mauna Loa, no Havaí, um ano depois que locais de observação no Ártico registraram concentrações de CO2 de 400 ppm na primavera de 2012.

Em média, os níveis do mar ao redor do planeta também aumentaram, mantendo a tendência de acrescentar cerca de três milímetros ao ano nas últimas duas décadas. "Em 2013, o nível médio global do mar alcançou um novo recorde", afirmou Jessica Blunden, climatologista do Centro de Dados do NOAA.
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E mais:
O mundo está ficando mais quente, alerta informe climático global (Terra), com matéria similar no UOL

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