segunda-feira, 21 de julho de 2014

Seca afetará América Central nos próximos meses, El Niño tem influência

(Efe/Terra) A América Central terá menos chuvas no próximo trimestre, apesar de ainda não ter sido confirmada a presença do fenômeno "El Niño", segundo um relatório regional apresentado nesta quinta-feira em El Salvador.

O maior déficit afetará todo o território de Belize, grandes áreas de Guatemala, Honduras, El Salvador e Nicarágua, e em menor medida setores da Costa Rica e Panamá, de acordo com o relatório de perspectivas do Fórum do Clima das América Central.

As únicas zonas áreas em que se preveem chuvas acima da categoria normal são o norte, oeste e sudoeste da Guatemala, enquanto no resto da América Central as probabilidades são de precipitações normais.

"Continuará a chover abaixo da média na região centro-americana nos seguintes três meses (agosto, setembro e outubro)", disse o relatório do Fórum, integrado por autoridades e especialistas de instituições meteorológicas e ambientais da região.

"O fator detonante" é, no oceano Pacífico, o aquecimento das águas, que precede a presença do "El Niño", enquanto no Atlântico há um esfriamento.

O Fórum do Clima realizou a reunião periódica em San Salvador na terça e na quarta-feira, organizado pelo Comitê Regional de Recursos Hidráulicos (CRRH) e o Ministério do Meio Ambiente e Recursos Naturais (MARN) salvadorenho.

As conclusões do fórum foram revisadas hoje em videoconferência a partir de San Salvador com autoridades agrícolas dos países centro-americanos "para analisar o impacto (da seca) nos cultivos", disse a secretária executiva do CRRH, a costarriquenha Patricia Ramírez.

É necessário que cada país tome "as medidas de prevenção e preparação" diante da diminuição das chuvas, ressaltou Patricia em entrevista coletiva com a ministra do Meio Ambiente de El Salvador, Lina Pohl.

Segundo ela "não há forma" de dar uma categoria normal de chuvas na América Central porque é diferente em cada lugar; por exemplo, varia de uma cidade a outra.

Já Lina enfatizou que, "embora não tenha sido declarada oficialmente 'El Niño' já está nos afetando por causa da influência do aquecimento das águas do Pacífico e ao mesmo tempo, uma diminuição da temperatura no Atlântico".

A diretora do Observatório Ambiental do MARN, Celina Kattán, comentou que as previsões indicam que o "El Niño pode ser moderado", mas advertiu que "os impactos podem ser fortes nos países centro-americanos".

Segundo o Fórum do Clima, o maior déficit de chuvas será sofrido no planalto central da Guatemala; oeste, centro e sul de Honduras; norte e leste de El Salvador; o Pacífico norte e central da Nicarágua; o Pacífico norte e o Vale Central da Costa Rica, e a península de Azuero e zonas próximas no Panamá.

O "El Niño" implica o aquecimento das águas do Pacífico tropical e pode acarretar seca ou excessos de chuva.

O CRRH é um organismo técnico intergovernamental do Sistema da Integração Centro-Americana (Sica), especializado em meteorologia, clima, hidrologia e recursos hídricos e hidráulicos.

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