(G1) A primavera, que começa às 23h29 desta segunda-feira (22), deve ser caracterizada por temperaturas um pouco acima do normal para a estação e por chuvas dentro do normal na maior parte do país. Apesar disso, as chuvas não devem ser suficientes para resolver o problema de falta d’água nos reservatórios, de acordo com meteorologistas. A estação vai até o dia 21 de dezembro.
Temperatura
De acordo com o meteorologista Marcelo Pinheiro, da empresa de meteorologia Climatempo, a tendência é que, na primavera, a temperatura fique de 2ºC a 3ºC acima da média nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste. No Sul, a temperatura pode ficar até 3ºC acima da média.
O fenômeno El Niño deve influenciar o clima da estação, segundo a meteorologista Olívia Nunes, da Somar Meteorologia. Mas não é o El Niño clássico, quando a água se aquece no litoral do Peru e gera instabilidades. Desta vez, é um El Niño fraco, que está acontecendo na região central do Pacífico. “Qualquer alteração na temperatura do Pacífico altera a circulação geral da atmosfera e altera os regimes de chuva em todo o globo e também no Brasil. Se o oceano está mais aquecido, a atmosfera também responde a essa condição”, diz Olívia.
A especialista acrescenta que, diferentemente do ano passado, 2014 não teve um inverno rigoroso e, por isso, ondas de frio não devem aparecer com frequência nesta primavera. “Teremos uma ou duas massas de ar frio avançando sobre o sul em outubro, mas ainda assim não serão tão intensas.”
Chuva
Com a primavera, volta a haver pancadas de chuva principalmente à tarde e à noite, que se tornam cada vez mais frequentes até o verão. “A estação oficialmente começa hoje, mas a atmosfera já tem respondido a uma condição de primavera nas últimas três semanas, com dias um pouco mais quentes e chuvas vindo em forma de pancada”, observa Olívia.
A quantidade de chuva para a estação deve ficar dentro da normalidade para a maior parte das regiões, porém não deve ser suficiente para voltar a encher os reservatórios de água. “A gente vem em déficit de chuva desde o verão do ano passado, então vai precisar ter uma sequência maior de dias de chuva. Não vai ser só a primavera que vai resolver o déficit hídrico”, diz Pinheiro.
O meteorologista acrescenta que deve haver um “efeito esponja” nos reservatórios que estão atualmente em situação crítica de falta d’água, como o Sistema Cantareira. “As primeiras chuvas serão absorvidas pelo solo, que estão muito secos, para depois começar a acumular de novo.” Segundo Oívia, seria necessário pelo menos um semestre com chuvas acima da média para começar a resolver o problema dos reservatórios.
Regiões
De acordo com previsões do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/Inpe), é mais provável que a região Norte tenha chuvas abaixo do normal para a estação na faixa que vai do norte do Amazonas até o norte do Pará. Nas demais áreas, é provável que as chuvas fiquem dentro da normalidade. Já a temperatura na região Norte deve variar entre normal e acima do normal.
No Nordeste, as chuvas devem ficar dentro da normalidade para a estação. A temperatura deve variar entre normal e acima do normal em toda a região.
No Centro-Oeste, as chuvas devem ficar dentro da normalidade para a estação. A exceção é o centro-sul do Mato Grosso do Sul, onde é provável que chova acima da média. A temperatura varia entre normal e acima do normal no Mato Grosso e em Goiás. Nas outras áreas, é provável que a temperatura fique acima do normal.
No Sudeste, as chuvas devem ficar dentro da normalidade para a estação. Já a temperatura provavelmente deve ficar acima do normal em toda a região.
No Sul, deve chover mais do que o normal para a estação. Além disso, a temperatura deve ficar acima do normal em toda a região.
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